Teresina 172 anos: Historiador explica o contexto de surgimento e desenvolvimento de Teresina

O historiador Fonseca Neto, explica sobre a idealização da cidade e a distribuição da vila, destacando que a Igreja do Amparo foi o primeiro edifício da Nova Vila do Poti, que tempos depois se transformou em Teresina


Teresina 172 anos: Historiador explica o contexto de surgimento e desenvolvimento de Teresina Igreja do Amparo, localizada no Centro de Teresina / foto: Pedro Silva - Teresina Diário

Nesta sexta, dia 16 de agosto, Teresina comemora 172 anos. É a única capital nordestina que não é banhada pelo mar e a primeira capital brasileira a ser planejada. Com origem às margens do rio Parnaíba, foi inaugurada a Igreja Nossa Senhora do Amparo, no centro da cidade e entregue aos fiéis 131 dias depois da demarcação inicial de Teresina, quando havia apenas a capela mor e as sacristias laterais. A imagem da santa padroeira veio apenas em 1851 de Portugal que batiza a igreja. Já o marco, em frente à igreja, é em forma de rosa-dos-ventos, e indica todas as regiões da cidade: Norte, Sul, Leste com o Rio Poti e a Oeste com o Rio Parnaíba.

TD Entrevista: historiador Fonseca Neto fala sobre a origem da capital / Foto: Airton Costa

Para explicar a idealização da cidade e a distribuição da vila, ao Teresina Diário Entrevista, o historiador Fonseca Neto, que destacou que a Igreja do Amparo foi o primeiro edifício da Nova Vila do Poti, que tempos depois se transformou em Teresina.

"É o marco zero da cidade, dessa concretude chamada Teresina. Veio do Poty, uma vila pequena. Foi transferido o lugar da sede, inclusive da paróquia também, por isso a Igreja do Amparo é importante também, porque é o primeiro edifício da Nova Vila do Poti, que se transformou em Teresina. Primeiro edifício da nova cidade, se brotou a chapada, eram vários quintas e roças ali naquela região, à beira do rio, se desenhando para ser a nova cidade. Ali no marco zero, aquela praça inteira é o marco zero, aquela praça sai do rio Parnaíba, que é o sentido maior da organização da cidade, de Teresina na época. A cidade nasce para o rio, então do rio você abre um clarão, que hoje é a praça Marechal Deodoro, a praça do marco zero. A  200 metros de fundo faz uma igreja e a partir daquela igreja se desenha todas as ruas da nova cidade. Para aquela igreja, de um lado, vai ser o palácio do Governo da Província, do outro o palácio da Câmara Municipal. Do outro lado é onde está a prefeitura. A cidade de Teresina sempre foi governada naquele quarteirão que hoje é a sede do município", explica o historiador.

Poti Velho - turismo, economia e ponto de origem de Teresina

Parque Vila Poti: Espaço que homenageia os 70 anos do bairro Poti Velho / Foto: Pedro Silva

Um dos bairros mais antigos e históricos da cidade, local onde iniciou o processo de instalação de Teresina, viviam os índios Potis, com a chegada do bandeirante Domingos Jorge Velho muitos índios foram mortos. Os que sobreviveram juntaram-se aos fazendeiros da região e formaram a Barra do Poti, hoje o bairro Poti Velho. O mesmo tem como característica marcante, o turismo, a pesca e o artesanato. O bairro guarda um dos maiores patrimônios imaterial cultural da capital piauiense. É no Polo Cerâmico do Poti Velho que está a maior expressão do artesanato de Teresina: as cerâmicas. Da década de 70 até hoje, as 284 famílias dedicadas somente ao artesanato.

Exposição conta a história dos oleiros e ceramistas da região / Foto: Pedro Silva

Recentemente, o Pólo Cerâmico Artesanal do Poti Velho passou por uma revitalização recebendo o Parque Vila Poti, com o Mirante das Garças, que possibilita a visualização do pôr do sol e das garças presentes nas regiões ribeirinhas do Rio Poti; o Jardim das Esculturas, que inclui diversas peças de esculturas e paredes com aplicação de peças cerâmicas; uma capela consagrada a São Pedro; e muito mais.

Raimundinha do Poti, um dos principais símbolos do artesanato piauiense e presidente da Cooperativa de Mulheres Artesãs em Cerâmica Vermelha do Poti Velho, recebeu com muita alegria a revitalização do Polo Cerâmico e a chegada do Parque Vila Poti. “Era uma reivindicação antiga dos artesãos. Nós tínhamos essa área verde, ampla, mas que estava abandonada. Agora, esse espaço deu lugar ao parque, que irá fortalecer o turismo e as vendas na região”, afirmou a artesã.

Paredão retrata a forma de trabalho no Polo Cerâmico do Poti Velho / Foto: Pedro Silva

Outras intervenções foram realizadas no Polo Cerâmico do Poti Velho: a Cooperativa de Mulheres Artesãs em Cerâmica Vermelha do Poti Velho, que conta com 39 cooperadas, foi reformada; a construção da Galeria de Arte Cerâmica Raimundinha do Poti, exposição que conta a história dos oleiros e ceramistas da região, onde é apresentado um mostruário da produção local e o processo produtivo nas suas várias etapas; um memorial com fotos de artesãos que atuam no polo também foi montado; todas as lojas receberam placas de identificação e nova pintura em suas fachadas; e, por fim, as casas em frente ao polo também tiveram as fachadas pintadas.

Mirante das Garças, possibilita a visualização do pôr do sol em Teresina / Foto: Pedro Silva

Além do Polo Cerâmico, Teresina detém de outros pontos turísticos e cartões postais como: Parque Ambiental Encontro dos Rios, Igreja São Benedito, Complexo Turístico da Ponte Estaiada, Theatro 4 de Setembro, Museu do Piauí, Parque Lagoas do Norte dentre outros.


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