A qualidade do mel de abelha produzido no Piauí, junto a outros derivados da apicultura, tem fortalecido a comercialização no Brasil e a exportação para mercados nacionais e internacionais. Pelo menos três cooperativas do estado estão dentro dos padrões do Serviço de Inspeção Federal (SIF), um selo que atesta a qualidade de produtos de origem animal, tanto comestíveis quanto não comestíveis, destinados ao mercado interno e externo, além de produtos importados.

De acordo com Francisco das Chagas Ribeiro, o "Chicão", diretor de Projetos para o Semiárido da Secretaria Estadual de Agricultura Familiar (SAF), as cooperativas Casa Apis, localizada em Picos; a Cooperativa dos Apicultores da Microrregião de Simplicio Mendes (Comapi), no sul do Piauí; e a Cooperativa de Desenvolvimento do Vale do Rio Piracuruca (Codevarp), situada na zona rural de Piracuruca, no norte do estado, são certificadas pelo SIF. Juntas, elas representam cerca de 1.500 apicultores.

O processo de obtenção do SIF exige a adoção de boas práticas de higiene e manipulação de alimentos, além de estruturas adequadas que atendem às normas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), incluindo o uso de materiais em inox. A certificação do SIF traz vantagens significativas, pois amplia as oportunidades de novos negócios e impulsiona a cadeia produtiva do mel, gerando mais emprego e renda para o estado. Além disso, permite a comercialização da apitoxina — o veneno presente no ferrão das abelhas, que tem uma grande demanda no mercado farmacêutico.

A apicultura no Piauí ocupa uma posição de destaque no cenário nacional, com o semiárido sendo a principal região produtora de mel. O estado conta com mais de 10 mil famílias diretamente envolvidas com a atividade apícola, sendo que muitas delas dependem dessa prática como fonte principal de renda. Além disso, existem mais de 10 cooperativas especializadas no setor, além de outras que incluem a apicultura entre suas atividades. Diversos grupos informais também comercializam produtos apícolas para cooperativas e empresas exportadoras de mel.

Em 2024, a produção estadual deve superar oito mil toneladas

De acordo com Francisco das Chagas Ribeiro, o Piauí tem exportado entre seis mil e oito mil toneladas de mel nos últimos anos. Em 2024, os resultados foram positivos, com um pequeno crescimento, mantendo o mel como o terceiro produto de exportação do estado.

O Piauí exporta mais de R$ 100 milhões por ano em mel e outros produtos apícolas, consolidando-se como um importante fornecedor global. Embora o mel produzido no estado seja amplamente consumido em todo o Brasil, as exportações representam a maior parte da produção, com 93% voltados principalmente para a União Europeia, destacando-se Alemanha e Itália. O mel do Piauí também é altamente demandado nos Estados Unidos e no Canadá.