Dengue tipo 3: riscos à saúde, cuidados e sintomas

O vírus estava ausente no país há 17 anos, retornou e pode levar a forma mais grave da doença


Dengue tipo 3: riscos à saúde, cuidados e sintomas Médica Amariles Borba - Foto: Bruno Paz/Teresina Diário

O vírus tipo 3 da dengue estava ausente no Brasil desde 2008. Agora, o vírus que matou mais que a Covid no ano passado, retornou em diversas regiões pelo país. O Portal Teresina Diário conversou com a médica Amariles Borba, que explica qual a gravidade desse vírus, o que a população pode fazer para se proteger, sintomas e tratamento.

"Nós sabemos que existem 4 tipos de vírus da dengue circulando (D1, D2, D3 e D4), e o que chama atenção é que o D3 não circulava há 17 anos no Brasil. E agora voltou com força total. No final de 2024, foi detectado em grande quantidade em São Paulo e Pernambuco. Mas esse ano já temos notícia em São Paulo, Minas, Amapá, Roraima, Rio de Janeiro e outros estados. E isso mostra que o número de casos por dengue tipo 3 aumentou muito. Por exemplo, no Amapá, 31% dos casos até final de janeiro eram de dengue tipo 3. Em São Paulo, já vai a mais de 28,7%. E o que está chamando a atenção é que a dengue em São Paulo está levando a óbito mais pessoas com menor número de casos do que o ano de 2024", alertou Amariles.

Ela explica que além do já conhecido Aedes Aegypti, outro mosquito preocupa as autoridades, o Aedes albopictus, que se alimenta também de sangue animal.

"Além dos vírus circulando, há também dois mosquitos que transmitem essas doenças, que são o Aedes aegypti e o Aedes albopictus. E o Aedes albopictus, tem uma característica que o difere, ele prefere sangue humano e sangue animal. Então a capacidade de reprodução é maior. Então, ele tem uma capacidade de aumentar muito o número", explicou.

E o Aedes aegypti e o Aedes albopictus podem estar contaminados não só pelos vírus D1, D2, D3, chikungunya, zika. Já foi detectado em pesquisa, que o mosquito pode estar contaminado por mais de um vírus. E quando ele vai à procura do sangue, ele injeta os vírus que ele tem, e podem ser os dois de uma vez. Você pode ter a doença uma e depois a outra, pode ter as duas doenças causadas simultaneamente.

Uma coisa que chama a atenção é que, no ano passado, o Brasil teve 6,5 milhões de casos de dengue. Porém, enquanto a Covid levou três anos para matar cinco mil pessoas, a dengue levou um ano para matar mais de seis mil pessoas.

Ela alerta: "Portanto, precisamos não criar o mosquito. Todos nós precisamos não criar o mosquito. Por quê? Porque ele é democrático. Ele não olha o contracheque e nem olha o diploma. O mosquito pousa, voa mais ou menos uns 300 metros, depois ele voa mais 300 metros e por aí ele vai", alertou.

A médica explicou que o mosquito voa de 2 a 3 metros e que ele só chega a locais altos, porque ele pode aderir a roupa de uma pessoa e acabar infectando as pessoas, sem sequer saber que foi picado.

Sintomas e o que fazer

"Bem, a dengue, como já se sabe, ele dá uma febre muito alta, entre 39 e 40 graus. Você toma o antitérmico e a febre volta. Cinco horas depois que você tomou, a febre já começa a sinalizar que está voltando. Dor muito forte no corpo, nos músculos, no globo ocular e também pode dar diarreia. Pode dar vômito e um dos sinais mais graves é a dor no abdômen, na barriga. Por que isso? Porque o mosquito, ele age na parede interna dos vasos e aí ele causou a inflamação e então a parede interna dos vasos que está fechadinha, ela abre e aí a parte líquida do sangue começa a sair. Portanto, você precisa se hidratar. Urinar transparente igual a água que bebe 24 horas por dia", finalizou a médica.




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